No primeiro bloco, Alckmin disse que é o candidato do PSDB e Kassab, “do DEM, o ex-PFL”. Disse também que o “aliado do Kassab é o Quércia [em referência ao ex-governador Orestes Quércia, do PMDB, sigla da vice de Kassab]” e que o PSDB nasceu para “recuperar o Estado” do governo Quércia. Afirmou que só o PSDB pode ganhar do PT no segundo turno.
Divulgação |
|
Alckmin e Marta durante o debate |
Kassab respondeu. Disse que Alckmin, antes de cair nas pesquisas, evitava atacá-lo. Afirmou também que, alguns anos antes, o tucano o elogiara durante a convenção em que Kassab foi escolhido vice de José Serra na disputa pela Prefeitura de São Paulo.
O prefeito e candidato à reeleição também asseverou que Alckmin o convidou para ser candidato ao governo do Estado de São Paulo, com seu apoio, em 2010. No terceiro bloco, Alckmin respondeu. Afirmou que sua vida política “não é de acordos”. “Como eu posso convidar alguém para ser governador se ele é do DEM e eu sou do PSDB?”, questionou o tucano.
Ainda no terceiro bloco, Kassab disse que Alckmin está irreconhecível.
Zanone Fraissat/Futura Press |
|
Kassab, gripado, no intervalo |
Afirmou que foi, sim, secretário do ex-prefeito Celso Pitta, mas que se afastou dele. Também disse que, hoje, Pitta está no PTB, partido de Campos Machado, vice de Alckmin. O tucano afirmou que ligá-lo a Pitta era uma “piada” e que apoiou Serra contra Pitta em 1996. “Hoje é fácil se ligar ao Serra, que é governador, é poderoso.”
O vice de Alckmin, Campos Machado, disse que não vê problemas em ter Pitta em seu partido. “Ele foi indicado pelas lideranças negras do partido”, afirmou ele. “Não discriminamos ninguém.”
Em resposta, Kassab voltou a lembrar do suposto convite do tucano e listou uma série de ocasiões em que Alckmin teria lhe convidado para ser candidato a governador. No intervalo, o deputado federal Edson Aparecido (PSDB), coordenador da campanha de Alckmin, afirmou: “Isso [convite ao Kassab] não aconteceu. Isso não existiu. É mentira do prefeito Kassab. Foram feitas reuniões com o presidente do partido, mas isso nunca foi discutido. O PSDB jamais deixará de ter candidato a governador”, declarou o tucano, bastante irritado.
Ao final do debate, em entrevista a jornalistas, Kassab reafirmou o suposto convite feito por Alckmin a ele.
Zanone Fraissat/Futura Press |
|
Marta no evento |
Outro momento de embate entre os dois candidatos, filiados a partidos que foram aliados nos oito anos do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), versou sobre falta de vagas em creches e escolas públicas. Alckmin diz que, sob Kassab, a prefeitura avançou pouco nessa área.
Kassab disse que o tucano fala como “quem nunca teve responsabilidade pública” e criticou a gestão do tucano à frente do governo do Estado de São Paulo. Alckmin disse foi bem nessa área e reafirmou que Kassab deixou crianças sem escolas. O candidato do DEM disse que tucano estava mal informado e que Alckmin teria deixado escolas de lata no governo de São Paulo: “Não foi só Marta quem deixou escolas de lata, Alckmin também”.
Marta x Kassab
No primeiro bloco, Marta e Kassab protagonizaram uma série de ataques. A petista, nervosa, disse que não ia fazer mais taxas e que o partido de Kassab, no governo FHC, aprovou aumento da carga tributária. Também afirmou que o programa de televisão de Kassab se limita a fazer cópias dos projetos dela. Kassab disse que Marta se contradiz, porque ela já teria prometido, no passado, não fazer taxas, e teria feito.
No terceiro bloco, Marta voltou a afirmar que Kassab copia suas
Divulgação |
|
Alckmin gesticula no debate |
propostas, e o prefeito e candidato à reeleição disse que “quem dera tivesse algo a copiar” de Marta. A petista asseverou que o legado do prefeito do DEM é o “caos no trânsito”. Tal como Alckmin, ela reforçou a ligação de Kassab com Pitta. Kassab ligou Marta à permanência de escolas de lata na capital paulista.
Marta x Alckmin
A petista disse que não deixou dívidas na Prefeitura de São Paulo. Alckmin afirmou que “deu muito trabalho” recuperar as finanças do município. Declarou ainda que seu partido, o PSDB, não aumenta impostos.
No terceiro bloco, Marta e Alckmin evitaram ataques. Enquanto Alckmin comentava as respostas da petista, Kassab ficou de costas para os dois, andando em círculos. Enquando Alckmin falava, Kassab foi até o fundo do palco, ignorando a sequências perguntas-e-respostas dos principais oponentes.
Outros embates
Paulo Maluf (PP) e Soninha Francine (PPS) protagonizaram um dos
J.F.Diorio/AE |
|
Kassab cumprimenta Marta |
pontos mais quentes do debate: bicicletas e drogas.
Soninha defendeu o uso de bicicletas pela cidade, mas como um dos meios de transporte, não o único. Maluf disse que era “crueldade” fazer os velhinhos usar bicicletas e perguntou a proposta da candidata do PPS para acabar com o tráfico de drogas na frente das escolas. Soninha defendeu a repressão ao tráfico e medidas educacionais para evitar o consumo.
No último bloco, Maluf chegou a mostrar a capa de uma revista onde Soninha disse, à época, que fumava maconha. A candidata do PPS afirmou, em entrevista ao iG, que não usava mais a substância.
Futura Press |
|
Kassab fala no debate |
Antes de o debate começar, Soninha afirmara que seu alvo seria Maluf. O candidato do PP não deixou por menos. Além da revista, ele chegou a dizer que Soninha trocou de partido porque teria recebido “centenas de milhares de conselhos”. Ela foi eleita pelo PT e migrou para o PPS. Soninha, por sua vez, afirmou que Maluf, se fosse eleito, não poderia deixar o País para assinar convênios internacionais devido aos processos que correm contra ele no exterior.
O debate da TV Record foi o penúltimo debate do primeiro turno das eleições. O último será realizado pela TV Globo. No próximo domingo, entre 8h e 17h, acontecem as eleições municipais, quando serão eleitos prefeitos e vereadores em todo o País, menos no Distrito Federal.
Bastidores
Segundo a assessoria de comunicação da TV Record, o debate teve audiência de 13 pontos no Ibope.
Na platéia, toda intervenção de Maluf era recebida com gargalhadas. Alckmin e Marta, aliás, também riam quando o ex-prefeito desferia uma de suas estocadas, especialmente contra Soninha.
Ciro Moura (PTC) e Renato Reichmann (PMN), aparentemente, deram sono em Marta Suplicy, que bocejou duas vezes enquanto os candidatos falavam. Além dos dois, Ivan Valente (PSol) também participou do programa.